Você já deve ter notado o quanto é usada a estatística no nosso dia a dia. Seja para divulgar os resultados de uma pesquisa ou para informar o percentual de uma determinada substância em um alimento.
O que talvez passe despercebido é o grande poder que ela possui. A depender da forma como divulgamos certas informações, pode-se facilmente induzir as pessoas ao erro. Antes, vamos fazer um breve passeio, na história, pela estatística.
Um pouco de História
Mesmo sem a existência da palavra estatística, há indícios de que há 3 mil anos antes de Cristo já se faziam censos na Babilônia, China e Egito.

Na época do imperador César Augusto saiu um decreto para que se fizesse o censo em todo o Império Romano. (A palavra “censo” deriva de “censere”, que em latim, significa “taxar”).
A palavra ESTATÍSTICA vem de “STATUS” (Estado, em latim). Sob essa palavra acumularam-se descrições e dados relativos ao Estado. A estatística, nas mãos dos estadistas, constituiu-se verdadeira ferramenta administrativa.
Em 1085, Guilherme O Conquistador (Guilherme I), ordenou que se fizesse um levantamento estatístico da Inglaterra. Incluindo informações sobre terras, proprietários, uso da terra, empregados, animais e serviria, também, de base para o cálculo de impostos. Esse levantamento originou um volume chamado “Domesday Book”.

A palavra estatística foi cunhada pelo acadêmico alemão Gottfried Achenwall por volta da metade do século XVIII. (O verbete “Statistics” – estatística – apareceu na Enciclopédia Britânica em 1797).
Voltando aos dias atuais
Então, como estava dizendo, a estatística pode ser usada para induzir ao erro ou para confundir as pessoas. Duvida? Pois bem, vamos entender melhor:
- Um determinado fabricante de salsicha informa em sua embalagem que seu produto tem 35% menos sal. Isso chama a atenção do consumidor. Mas, não fica claro se o produto possui menos sal que os seus concorrentes ou em relação a uma versão anterior dele mesmo.
- Certo gestor público disse que, sob sua administração, aumentou o número de escolas em 100%. Ora, se na cidade dele havia uma escola e ele construiu outra, aumentou realmente em 100%, mas a maneira que ele divulga essa informação, dar a entender que ele deve ter construído várias. Será que iria divulgar da mesma forma, se na cidade dele existissem 10 escolas e ele tivesse construído apenas uma? Ou seja, teria aumentado em 10% o número de escolas.
Em nossas contas de luz somos cobrados (ao menos em boa parte das cidades do Brasil) pela iluminação pública. E mais uma vez fazem uso da estatística (percentual) para nos cobrar mais caro. Não entendeu? Vamos lá:
- Ao invés de nos cobrar uma taxa fixa (o que me parece ser mais coerente e juto, pois não surgem mais postes nas ruas quando gasto mais energia), nos cobram um percentual, ou seja, quanto mais gastamos mais taxa de iluminação pública pagamos. Onerando ainda mais a nossa conta.
Por hoje é só pessoal, espero que tenham gostado. Deixem aí nos comentários o que gostariam de ver por aqui. Até a próxima!
Por Erisson Amorim.
Fonte:
Livro: Introdução Ilustrada à Estatística – Sérgio Francisco Costa
Amei